19.5.05

Uma conversa com a consciência

Hoje é aniversário de uma pessoa muito querida e especial para mim. Isso me fez ficar pensando bastante nela durante o dia e a noite. Quem me conhece bem sabe de quem estou falando, mas prefiro continuar não dizendo (escrevendo seria mais apropriado, não?) seu nome.

- Ué... Por que essa besteira agora?
- Porque eu num sei se ele gostaria que eu o expusesse aqui no meu blog. (que mania que a consciência tem de ficar se metendo em tudo!!!)
- Então, por que escrever sobre ele?
- Porque eu precisava falar (escrever, sei lá...) com alguém sobre isso.
- Isso?!?! Até agorinha pouco era "ele"...
- Não banca a engraçadinha! Você tá me entendendo!
- Tá, tá... Desculpa. Só queria fazer esse post ser um pouco mais leve.
- Você tá querendo dizer que eu "tô pesada"?
- Ihhh... Já vi que você tá "naqueles dias"!!!! Tá, vou parar com a sacanagem e te ouvir (ler).
- Me desculpa, mas tô precisando desabafar.
- Então, pode começar.
- Recomeçar... Bom, o lance é o seguinte: Sabe quando você acha que faz tudo errado?
- Sei. Mas, o que isso tem a ver com o tal sujeito e o aniversário dele?
- Se você deixar eu seguir em frente...
- Com a palavra, Madame Mau-humorada...
- Ha...ha...ha... Quase morri de rir agora. Humpf. Bom, por que a gente nunca gosta de quem gosta da gente?
- Sabia que tinha algo do amor ligado a essa sua crise de consciência... Mas não posso te responder a essa pergunta com exatidão, porque acredito que não haja alguém que saiba, com certeza, a resposta. Posso apenas fazer especulações...
- E quais seriam?
- Há várias teorias sobre o assunto. Uma delas defende que essa pieguice de "nunca gosto de quem gosto de mim" não passa de uma forma de as pessoas sentirem pena de si mesmas sem tanta culpa.
- Como assim?
- (Ihhh! O raciocínio tá lento...) Funciona assim: as pessoas estão sempre em busca de sua "cara-metade" (coisa brega!!!!) e, quando encontram alguém perfeito (ou quase) para desempenhar tal papel, por um motivo ou outro, a dispensam. Para não se sentirem culpadas por "jogar fora a oportunidade de suas vidas", elas recorrem ao cliché e se consideram as pessoas mais infelizes do mundo sem se considerarem culpadas por seu ato. Afinal, "isso já estava mesmo predestinado a acontecer". É mais ou menos como a história do pão que só cai com a manteiga (ou margarina, se preferir) pra baixo.
- Saquei! (eu acho...) Mais alguma teoria?
- Uma outra teoria diz que se você sempre dispensa quem se importa e gosta, de verdade, de você, é porque você tem medo de se envolver mais profundamente e perder sua individualidade.
- Pode até ser, mas não acredito que esse seja meu caso.
- Então me fala um pouco mais desse cara e da relação de vocês pra que eu possa tentar imaginar algo. (Ai, sessão terapia!!!! Mas, pra que serve a consciência, afinal?)
- Tá, vou resumir ao máximo.
- Tá, e eu vou sentar mais confortavelmente...
- Gracinha!!!! Olha, eu conheci o cara, namoramos, ficamos juntos por 7 anos (mais ou menos, isso é irrelevante) e eu resolvi terminar.
- E como era o relacionamento de vocês? E antes que você pense besteira, NÃO, eu não estou perguntando sobre sexo. (do jeito que ela está, melhor deixar bem explícito, né?)
- Nem eu comentaria sobre o assunto. Bom, a gente se dava super bem, éramos muito amigos, ríamos juntos, dá pra contar nos dedos de uma mão quantas vezes a gente brigou feio, ele fazia TUDO por mim, tinha uma paciência...
- Devia ter mesmo!!! Você é osso duro!!!
- É, admito que sou bem difícil algumas vezes.
- Algumas vezes?!?! Se liga!!!
- Voltando ao assunto.... Eu não sei o que houve, com o tempo aquilo tudo passou a não me bastar mais.
- Por quê?
- Ahhh, sei lá... Acho que comecei a querer algo além.
- Além de alguém que te amava, te respeitava, fazia tudo por você? Desculpa, querida, mas acho que você tá querendo o impossível!!! Ele era feio?
- Não. Tá certo que ele num era nenhum ícone de beleza (como é mesmo o nome daquele cara que fez o Wolverine?), mas era bonito, sim. Mas isso nunca importou pra mim, na boa!
- Eu sei, beleza pode num pôr mesa, mas ajuda a deixá-la mais bem posta. Ele era burro?
- Também não. Embora nos interessássemos (intelectualmente falando) por assuntos distintos.
- Huuummm, começaram as diferenças... Ele te traiu?
- Não que eu saiba. E sou capaz de pôr as duas mãos no fogo por ele. Ele me amava muito pra isso.
- Vocês gostavam das mesmas coisas?
- Ah! Nem sempre. Por exemplo, eu detesto comédia e ele, adora; eu gosto da noite e ele num curte muito.
- Cara, pelo que está dando pra perceber, o que houve foi que essas pequenas diferenças começaram a se tornar grandes. Na verdade, acho que você sabe o motivo de vocês terem terminado.
- É, acho que sei, mas gostaria que fosse diferente.
- Acredito, mas a gente num pode determinar essas coisas. Elas fazem parte da nossa porção irracional.
- Seria mais fácil se a gente pudesse escolher de quem gostar, né?
- Sim, mas qual seria a graça disso? Além do mais, a gente pode optar.
- Optar?!?!
- Entre ficar com alguém que gosta da gente e ficar com alguém de quem a gente gosta (isso não quer dizer que ambas as coisas não possam co-existir).
- Mas eu gosto dele!!!!
- Não o suficiente para satisfazer todas as suas necessidades.
- É... e isso tava tornando ambos infelizes.
- Vocês não se falam mais?
- Nos falamos, mas eu gostaria que fosse diferente.
- Diferente como? (mulher é bicho complicado, hein!!!)
- Ah, queria tê-lo como meu melhor amigo, sempre ao meu lado, como era...
- Mas aí você num acha que já tá pedindo um tantinho demais? Assim como é difícil pra você, deve ser pra ele! Você está sendo egoísta e egocêntrica...
- Será?
- Dê tempo ao tempo... Deixa ele ser feliz!
- Cara, eu, mais do que qualquer pessoa, quero que ele seja muuuuiiito feliz!!! Eu sei o quanto ele merece!
- Eu acredito nisso, mas não esqueça de que você fez a SUA opção. Ele também tem direito a fazer a dele.
- Entendi, ele tem direito a escolher o modo como pode ser feliz.
- Isso aê!
- Pô! Valeu a força!!!
- Quando precisar... (num tem como me desvencilhar de você, mesmo...)


E a essa pessoa especial: - Parabéns! Muuuiiitas, mas muuuuiiitas felicidades, mesmo. De coração. Te amo. Obrigada por tudo, e, em especial, por ELE.

17.5.05

Adeus, Johnny!!!!

Bom gente, esse é um dos últimos posts que são criados aqui no Johnny. Pra quem não sabe, o Johnny é meu "personal computer" (chique essa palavra, não?) e tem esse nome porque meu ex-marido (detesto chamá-lo de "ex-marido", parece que eu num gosto dele... Marcel é bem melhor!) colou nele uma figurinha do Johnny Bravo. Além disso, o nome lhe caiu muito bem, pois ele foi herdado da minha "madrasta" e, só comigo, já está há uns 5 anos, tendo "se mudado" 6 vezes, mas se mantendo firme e forte, "bravamente". Agora ele até apresenta uns probleminhas, mas nada excepcional.

Eu tava precisando de um pc novo e resolvi pedir um empréstimo ao meu pai (gente dura num tem grana nem prum pc básico...). Aí, ele resolveu me dar um de presente. Pra mim e pra minha irmã. Claro que eu AMEI a decisão dele, né? Ele chega essa semana e , a partir daí, estarei blogando no meu novo pc.

Ainda num olhei pra carinha dele pra resolver seu nome, então, se quiserem me dar um help, aceito sugestões... Ah! Quero aproveitar a oportunidade e deixar registrada a minha indignação quanto à falta de comentários dos meus amigos que eu SEI que lêem meu blog!!! Aê, galera, vamos deixar a preguiça de lado e comentar de vez em quando!!!

Sentirei falta do Johnny, mas eu o darei pra uma ONG, ou coisa parecida, para que seja usado por quem precisa e num tem um pai como o meu...

Bye, Johnny....

8.5.05

Filha e mãe

É chegado o Dia das Mães e, apesar de saber o quão comercial essa data é, não posso deixar de sentir algo diferente desde que me tornei uma.

Não vou postar nada meloso, muito menos melodramático, dizendo o quão maravilhosas, essenciais e tudo o que já cansamos de saber e ouvir (principalmente nessa data) nossas mães são. Pretendo apenas listar algumas qualidades, defeitos e sensações de alguém que pode, ao mesmo tempo, ser filha e mãe.(Sim, estou sendo um tanto egocêntrica, mas como a data também é em minha homenagem, me permitirei sê-lo)

Para isto vou relembrar aqueles bonequinhos namorados que fizeram o maior sucesso durante décadas de 70, 80... Quem se lembra daquele simpático casal "Amar é..." ?


SER FILHA É...

- Aturar e, inclusive, partilhar do mesmo mau-humor matinal da mãe.(somos uma dupla terrível. T-E-R-R-Í-V-E-L!!!)

- Contagiar-se com aquela gargalhada maravilhosa que só ela sabe dar.

- Ouvir todo dia as mesmas recomendações. Inclusive a: -Me liga quando chegar em casa! (isso seria normal se eu fosse uma adolescente que estivesse voltando pra casa de madrugada; mas é quase inconcebível quando se tem quase 30 anos e se está voltando do trabalho às 10 da manhã!!!)

- Ter orgulho do quão inteligente e bonita sua mãe é.

- Ter de ouvir sempre as mesmas reclamações. (aqui não exemplificarei porque, além de a lista ser imensa, isso deporia contra a minha pessoa... heheheh)

- Comer com satisfação aquela comida deliciosa que ela preparou especialmente para você. (isso é ainda mais prazeroso quando se tem em casa a melhor cozinheira do mundo!!! Se bem que... Alguém é capaz de não gostar de uma "comidinha da mamãe"?)

- Implicar um monte com o namorado chato dela. (puro ciúme!!!)

- Saber que tem sempre um colo pra chorar, um afago único e conselhos que só ela sabe como dar. (embora a gente quase nunca faça o que deve ser feito, é ótimo saber que temos alguém ao nosso lado incondicionalmente!)

- Odiar quando ela tem razão sobre aquele seu namorado cafajeste que só você finge não ser. (quantas vezes a gente não deixa de terminar logo o relacionamento só para num ter de dar o braço a torcer?)

- Amar sua mãe sempre, independentemente de ela ser alta, baixa, gorda, magra,rica, pobre, inteligente, ignorante, forte, fraca, "pra frentex" ou conservadora, porque ela é a única pessoa que realmente se importa com você sob qualquer circunstância e te ama acima de tudo mais que todos.


SER MÃE É...

- Ter um sentimento único quando seu filho dá o primeiro chute dentro da sua barriga.

- Não saber o que fazer quando o médico coloca seu filho nos seus braços logo após seu nascimento. (fiquei paralisada! só peguei o Luiz Eduardo quando o médico disse: -Pode pegar! Que mico!!!)

- Acordar de madrugada durante um bom tempo e ficar desesperada sem saber se o choro é cólica, fome, dor de ouvido ou só vontade de fazer a mãe sofrer mesmo.

- Ficar toda boba quando ele diz "mamãe" pela primeira vez. (e jurar que foi antes de ele dizer "papai"!!!)

- Contar pra todo mundo, um milhão de vezes, cada nova peripécia de sua cria. (mesmo que ninguém esteja interessado em saber qual foi a posição que ele estava dormindo, ou como ele ficou lindo com aquela roupinha nova que você comprou)

- Tirar mil fotos de cada situação nova, passeio ou careta diferente que ele fez. (o pior são aquelas fotos-mico que as mães fazem questão de tirar de seus filhos e depois eles morrem de vergonha!!!)

- Querer dormir até tarde e ser acordada por aquele ser todo meiguinho pedindo pra você preparar o mamá dele. (a primeira reação é ter vontade de matá-lo, mas aquela vozinha doce e aquela carinha de anjo derrubam qualquer mau-humor matinal!)

- Ficar com o coração partido ao deixá-lo chorando nos primeiros dias da creche. (que mãe num tem vontade de arrancá-lo dos braços da professora e agarrá-lo o mais forte que puder?)

- Ter vontade de matá-lo quando ele faz "aquela cena" no shopping, só porque você não quis comprar um brinquedo ou levá-lo ao Mc Donald's. (O pior é que quando a gente resolve deixá-lo pra trás ou arrastá-lo pelo braço pra ver se ele para e a gente impõe alguma moral, as pessoas ao redor ficam olhando e pensando que somos umas loucas, desnaturadas)

- Achar que seu filho é sempre o mais bonito, mais inteligente, mais perfeito do que qualquer outra criança do mundo. (o meu é. e quem disser o contrário corre sério risco de vida!!!)

- Morrer um pouco quando tem de colocar seu filho de castigo pra que ele possa saber que não é possível fazer e ter sempre o que se quer, na hora que se quer.

- Ter de estar interessadíssima naquele filme da Xuxa, Eliana, Trapalhões, Power Rangers, no cinema, quando tudo o que você mais queria era estar assistindo àquele filme maravilhoso com o gato do Brad Pitt, Tom Cruise, Johnny Depp ou Daniel Day-Lewis.

- Querer que seu filho seja um bebê pra sempre. (ainda que ele teime em crescer a cada dia)

- Ficar desnorteada e ter vontade de chorar quando ele chega do nada e diz que te ama e que você é a mãe mais linda do mundo.

- Se orgulhar e emocionar quando ele aprende a escrever.

- Querer que seu filho tivesse um botãozinho para desligá-lo quando você já está morta e ele insiste em correr de um lado para o outro e falar sem parar.

- Ficar preocupada com o fato de que ele um dia vai seguir seu rumo, casar (ai, coitada dela se num for uma excelente mulher!!!), ter sua vida independente da sua. (mesmo quando ele ainda tem 6 anos!!!)

- Dar um beijinho de boa-noite toda noite antes de ir se deitar e ficar admirando sua cria dormir feito um anjinho. Fazer um carinho e sentir aquela pele macia...

- Dar meia dúzia de berros quando ele faz uma besteira e depois morrer de arrependimento quando ele vai pro quarto chorar por causa do susto que levou.

- Ficar agarrando e beijando seu filho até que ele diga "Chega, mãe!!! Que chato!" .

- Saber que é capaz de dar a própria vida só para que nada de mal aconteça ao seu filho!!!!

- Chorar quando vê alguma maldade sendo cometida contra alguma criança e imaginar que morreria se isso acontecesse com seu filho.

- Amar seu filho acima de tudo e todos, deixando de lado a própria felicidade só para vê-lo feliz.

- Não imaginar sua vida sem seu filho.


Pois é, eu num queria ser piegas, mas não tem como ser mãe e não sê-lo. É como se uma coisa estivesse ligada à outra...

Para terminar, só gostaria de desejar a todas as mães um ótimo Dia das Mães. Que vocês possam curtir e aproveitar a companhia e o amor que seus filhos lhe dedicam ao máximo.

À minha mãe, em especial, quero agradecer por tudo e pedir desculpas por não ser exatamente o que você desejava.

E ao meu filho, peço paciência pra me aturar e agradeço o amor que me dedica.

Por hoje é só!!! (Só???!!!! Ficou louca???!!!!)