Uma conversa com a consciência
Hoje é aniversário de uma pessoa muito querida e especial para mim. Isso me fez ficar pensando bastante nela durante o dia e a noite. Quem me conhece bem sabe de quem estou falando, mas prefiro continuar não dizendo (escrevendo seria mais apropriado, não?) seu nome.
- Ué... Por que essa besteira agora?
- Porque eu num sei se ele gostaria que eu o expusesse aqui no meu blog. (que mania que a consciência tem de ficar se metendo em tudo!!!)
- Então, por que escrever sobre ele?
- Porque eu precisava falar (escrever, sei lá...) com alguém sobre isso.
- Isso?!?! Até agorinha pouco era "ele"...
- Não banca a engraçadinha! Você tá me entendendo!
- Tá, tá... Desculpa. Só queria fazer esse post ser um pouco mais leve.
- Você tá querendo dizer que eu "tô pesada"?
- Ihhh... Já vi que você tá "naqueles dias"!!!! Tá, vou parar com a sacanagem e te ouvir (ler).
- Me desculpa, mas tô precisando desabafar.
- Então, pode começar.
- Recomeçar... Bom, o lance é o seguinte: Sabe quando você acha que faz tudo errado?
- Sei. Mas, o que isso tem a ver com o tal sujeito e o aniversário dele?
- Se você deixar eu seguir em frente...
- Com a palavra, Madame Mau-humorada...
- Ha...ha...ha... Quase morri de rir agora. Humpf. Bom, por que a gente nunca gosta de quem gosta da gente?
- Sabia que tinha algo do amor ligado a essa sua crise de consciência... Mas não posso te responder a essa pergunta com exatidão, porque acredito que não haja alguém que saiba, com certeza, a resposta. Posso apenas fazer especulações...
- E quais seriam?
- Há várias teorias sobre o assunto. Uma delas defende que essa pieguice de "nunca gosto de quem gosto de mim" não passa de uma forma de as pessoas sentirem pena de si mesmas sem tanta culpa.
- Como assim?
- (Ihhh! O raciocínio tá lento...) Funciona assim: as pessoas estão sempre em busca de sua "cara-metade" (coisa brega!!!!) e, quando encontram alguém perfeito (ou quase) para desempenhar tal papel, por um motivo ou outro, a dispensam. Para não se sentirem culpadas por "jogar fora a oportunidade de suas vidas", elas recorrem ao cliché e se consideram as pessoas mais infelizes do mundo sem se considerarem culpadas por seu ato. Afinal, "isso já estava mesmo predestinado a acontecer". É mais ou menos como a história do pão que só cai com a manteiga (ou margarina, se preferir) pra baixo.
- Saquei! (eu acho...) Mais alguma teoria?
- Uma outra teoria diz que se você sempre dispensa quem se importa e gosta, de verdade, de você, é porque você tem medo de se envolver mais profundamente e perder sua individualidade.
- Pode até ser, mas não acredito que esse seja meu caso.
- Então me fala um pouco mais desse cara e da relação de vocês pra que eu possa tentar imaginar algo. (Ai, sessão terapia!!!! Mas, pra que serve a consciência, afinal?)
- Tá, vou resumir ao máximo.
- Tá, e eu vou sentar mais confortavelmente...
- Gracinha!!!! Olha, eu conheci o cara, namoramos, ficamos juntos por 7 anos (mais ou menos, isso é irrelevante) e eu resolvi terminar.
- E como era o relacionamento de vocês? E antes que você pense besteira, NÃO, eu não estou perguntando sobre sexo. (do jeito que ela está, melhor deixar bem explícito, né?)
- Nem eu comentaria sobre o assunto. Bom, a gente se dava super bem, éramos muito amigos, ríamos juntos, dá pra contar nos dedos de uma mão quantas vezes a gente brigou feio, ele fazia TUDO por mim, tinha uma paciência...
- Devia ter mesmo!!! Você é osso duro!!!
- É, admito que sou bem difícil algumas vezes.
- Algumas vezes?!?! Se liga!!!
- Voltando ao assunto.... Eu não sei o que houve, com o tempo aquilo tudo passou a não me bastar mais.
- Por quê?
- Ahhh, sei lá... Acho que comecei a querer algo além.
- Além de alguém que te amava, te respeitava, fazia tudo por você? Desculpa, querida, mas acho que você tá querendo o impossível!!! Ele era feio?
- Não. Tá certo que ele num era nenhum ícone de beleza (como é mesmo o nome daquele cara que fez o Wolverine?), mas era bonito, sim. Mas isso nunca importou pra mim, na boa!
- Eu sei, beleza pode num pôr mesa, mas ajuda a deixá-la mais bem posta. Ele era burro?
- Também não. Embora nos interessássemos (intelectualmente falando) por assuntos distintos.
- Huuummm, começaram as diferenças... Ele te traiu?
- Não que eu saiba. E sou capaz de pôr as duas mãos no fogo por ele. Ele me amava muito pra isso.
- Vocês gostavam das mesmas coisas?
- Ah! Nem sempre. Por exemplo, eu detesto comédia e ele, adora; eu gosto da noite e ele num curte muito.
- Cara, pelo que está dando pra perceber, o que houve foi que essas pequenas diferenças começaram a se tornar grandes. Na verdade, acho que você sabe o motivo de vocês terem terminado.
- É, acho que sei, mas gostaria que fosse diferente.
- Acredito, mas a gente num pode determinar essas coisas. Elas fazem parte da nossa porção irracional.
- Seria mais fácil se a gente pudesse escolher de quem gostar, né?
- Sim, mas qual seria a graça disso? Além do mais, a gente pode optar.
- Optar?!?!
- Entre ficar com alguém que gosta da gente e ficar com alguém de quem a gente gosta (isso não quer dizer que ambas as coisas não possam co-existir).
- Mas eu gosto dele!!!!
- Não o suficiente para satisfazer todas as suas necessidades.
- É... e isso tava tornando ambos infelizes.
- Vocês não se falam mais?
- Nos falamos, mas eu gostaria que fosse diferente.
- Diferente como? (mulher é bicho complicado, hein!!!)
- Ah, queria tê-lo como meu melhor amigo, sempre ao meu lado, como era...
- Mas aí você num acha que já tá pedindo um tantinho demais? Assim como é difícil pra você, deve ser pra ele! Você está sendo egoísta e egocêntrica...
- Será?
- Dê tempo ao tempo... Deixa ele ser feliz!
- Cara, eu, mais do que qualquer pessoa, quero que ele seja muuuuiiito feliz!!! Eu sei o quanto ele merece!
- Eu acredito nisso, mas não esqueça de que você fez a SUA opção. Ele também tem direito a fazer a dele.
- Entendi, ele tem direito a escolher o modo como pode ser feliz.
- Isso aê!
- Pô! Valeu a força!!!
- Quando precisar... (num tem como me desvencilhar de você, mesmo...)
E a essa pessoa especial: - Parabéns! Muuuiiitas, mas muuuuiiitas felicidades, mesmo. De coração. Te amo. Obrigada por tudo, e, em especial, por ELE.